segunda-feira, 9 de abril de 2012

6ª OFICINA DE MÚSICA SÍNODO PARANAPANEMA-IECLB

“QUE FINAL DE SEMANA RICO. TEOLÓGICA E MUSICALMENTE.” Assim falei suspirando aliviado e realizado ao final da 6ª Oficina de Música do Sínodo Paranapanema que aconteceu de 30 de março a 1º de abril em Palmeira-PR.

Acolhidos otimamente bem pelo casal Fischer fomos chegando aos poucos ao local do evento – o Centro de Retiros Monte Sião no final do dia 30. Aquele cachorro quente com molho de chucrute regado a abraços e reencontros estava uma delícia. E era só uma mostra do que seria aquele final de semana. A celebração de abertura, coordenada pelo Jerry (não o cantor Jerry Adriane e nem o famoso Ratinho, “amigo” do Ton, mas sim o Jerry Fischer), o Pastor hospedeiro, foi marcante na música, na simbologia e na reflexão. Nos deixamos renovar pelo clima de ramos e da semana santa. Ainda antes de o sono chegar recapitulamos com o P. Evandro “A cruz como critério para avaliação do conteúdo do canto” (abordado por ele na 5ª oficina). O exercício prático de “checar” se o que cantamos tem uma mensagem cruzcêntrica foi com base no hino “Reflexão Noturna”, resgatado, do fundo do baú musical da IECLB, do LP da 1ª MUSISACRA (1ª Festa da Música Sacra da IECLB-1986). E assim cantamos em uníssono e enganchados uns aos outros: “A noite cai é mais um dia que se foi...”.

O sábado começou ao som de gaita e violão: “Vá se chegando meu amigo e vá entrando...” foi o convite do Devocional após o café da manhã, quando o P. Evandro trouxe a palavra do salmista como motivação inicial daquele que seria um dia de muito trabalho musical: “Cantem uma nova canção a Deus, o Senhor.” (Salmo 96.1a). O desafio colocado pela coordenadora sinodal Lislie Koester foi de, conforme opção feita na ficha de inscrição, nos dividirmos em dois grupos/oficinas e trabalharmos musicalmente os 10 hinos a serem incluídos na liturgia do culto de encerramento da oficina no domingo de manhã.

Uma das oficinas, coordenada pela Professora e Gerente Gisella Olsson Schlagenhaufer, se ocupou com a parte vocal, tanto no que se refere a ensaiar os hinos, mas especialmente no exercício e aprendizado sobre técnica vocal. A outra oficina, coordenada por Lucas Fhühauf e auxiliado pelo P. Evandro e por René da Escola Popular da igreja da Alemanha, na parte de percussão, trabalhou o arranjo instrumental das 10 canções. O grupo vocal fazia sua prática acompanhada pelo delicioso cheiro do preparo das refeições, no refeitório e o grupo instrumental na Capela do Monte Sião. Foram dois blocos de uma hora em meia na parte manhã, intercalados por um intervalo gostoso acompanhado de sucos, frutas e bolos.

Antes do almoço de sábado ainda nos reunimos todos em plenária para a Reflexão Temática. Fazendo um “trocadilho” com o tema do Ano da IECLB, o tema da oficina foi “COMUNIDADE MUSICAL – IGREJA VIVA”. Pastor Evandro trouxe uma reflexão provocante, perguntando por qual o perfil de uma comunidade musical e como esta comunidade musical conduz a uma igreja viva e atuante valorizando os dons e talentos musicais e em especial os/as musicistas. Apresentou resultado de uma pesquisa que realizou, com base em dados das publicações de vagas ministeriais no site da IECLB de maio de 2011 a março de 2012. Ao todo foram 103 vagas publicadas e pesquisadas, contemplando os 18 Sínodos da IECLB. As perguntas e buscas centrais foram: o que é apresentado em termos de “ESPECTATIVA E PRIORIDADE” ao/a ministro/a candidato relacionado à música? E o que consta referente a MÚSICA no “PERFIL DO/A OBREIRO/A” em cada uma das vagas divulgadas? Alguns dados surpreenderam a todos e levaram a uma reflexão séria e profunda sobre a visão de igreja e do ministério de música presente em boa parte das Comunidades da IECLB e suas lideranças. Em 60% das vagas constam alguma expectativa referente à música ligados ao perfil esperado pelo Ministro/a, em especial Pastor/a. As expectativas e prioridades relacionadas à música (presentes em 18 vagas) vão desde “coordenar e ensaiar o coral infantil” até o “incentivo à musica”, passando por “trabalho com canto e instrumento musical”. Como “perfil” (55 citações) havia referencia a cinco categorias ou níveis de habilidade musical esperadas do/a candidato/a: “que toque algum instrumento musical”, “canto e instrumento musical”, só “canto”, “habilidade musical” e “goste e incentive a música”. Ao final da exposição e reflexão P. Evandro desafiou os/as “oficineiros/as” a sonharem e imaginarem como seria a publicação de vaga se existisse na IECLB o/a ministro/a de música devidamente habilitado/a e ordenado/a como tal. O exercício foi animador e desafiador. Apontou que a IGREJA VIVA que desejamos pede uma valorização maior da música e seus musicistas e uma ampliação e valorização maior desta vocação e deste ministério.

Com mais uma parada deliciosa para o almoço, nossa forças foram redobradas para a tarde de sábado que seguiu com mais um espaço para as oficinas. No final da tarde e após o jantar já era hora de juntar os dois grupos e começar a ver o que havia sido produzido em cada oficina e como as coisas iam se fechando para o “grand finale” no culto de domingo. O exaustivo e dedicado trabalho do dia não foi empecilho para uma animada confraternização ao final da noite antes de cada um se recolher para descanso.

Domingo acordamos cedo para o café da manhã e já nos juntamos em caravana “amontoados” nos carros entre partituras, instrumentos, sacolas e malas até a comunidade Quero-Quero. Lá, antes do culto, fizemos o aquecimento, o último ensaio e celebramos o culto encaixando os 10 hinos à liturgia, desde o prelúdio, passando pela confissão de pecados, o Glória e a leitura da palavra até o Pai Nosso além de alguns hinos temáticos. A marca musical foi uma nova roupagem, em estilos musicais regionais, a velhos e conhecidos hinos de nosso repertório luterano. A marca teológica foi uma profunda teologia pascal coberta por uma forte espiritualidade luterana.

Fechando o evento, a Comunidade local ofereceu um saboroso “galeto ao primo canto”. E para completar a riqueza teológica e musical deste final de semana, todos foram convidados a assistir no templo novamente as apresentações do 3º Encontro de Coros Infanto-Juvenil do Sínodo Paranapanema.

Numericamente não foi o que esperávamos de presença, mas em qualidade, dedicação e interesse, os/as oficineiros/as e assessores/as superaram em muito... Parabéns a todos/as!!!

(na foto todos/as integrantes da Oficina com seus certificados de participação em mãos)

ASSINTEC: ASSEMBLÉIA GERAL E MANIFESTO

No dia 2 de janeiro de 2013 a ASSINTEC completará 40 anos. No último dia 29 de março, sua missão e representação foram renovadas com a eleição da Diretoria (Gestão 2012-2013). A Assembléia Geral Ordinária, reconhecendo o ótimo trabalho que tem sido desenvolvido até aqui, recolocou o atual grupo de trabalho à frente da Associação por mais um período. O Pe. Chiquim a continuará presidindo. Minha contribuição seguirá como vice-tesoureiro. Integro a ASSINTEC praticamente desde que cheguei em Curitiba (2003). Acompanhei sua revitalização quando em março de 2005 aprovamos seu novo Estatuto, adequando-o a nova LDB e habilitando-se como entidade civil de caráter educativo e cultural que promove o ensino religioso de forma a acolher a diferentes tradições religiosas no Paraná. Sete anos depois sentimos a necessidade de nos "reapresentarmos" trazendo à memória nossa caminhada e compromisso. E o fizemos através deste

MANIFESTO

O Ensino Religioso no Estado do Paraná

A ASSINTEC (Associação Inter-Religiosa de Educação) é uma entidade civil que congrega Tradições Religiosas, de matriz indígena, afro-brasileira, oriental e ocidental, nos seus diversos segmentos. Fazem parte desta associação: Aldeia Indígena Araçaí, Budismo Tibetano, Centro Ramakrishna Vedanta de Curitiba, Fé Bahá´í, Federação Espírita do Paraná, Judaísmo, Islamismo, Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna, Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Ecumênica da Religião de Deus, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Messiânica Mundial do Brasil, Igreja Ortodoxa Ucraniana, Igreja Presbiteriana do Brasil, Religiões Afro-Brasileiras Candomblé e Umbanda e Seicho-No-Ie do Brasil. Assim, a ASSINTEC é a entidade que representa a diversidade religiosa presente em nosso Estado, conforme preconiza o Art. 33 de Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional/96 com sua nova redação, Lei N.º 9.475.

Além da diretoria e corpo representativo das diferentes tradições religiosas e místico-filosóficas, a associação conta também com uma equipe técnico-pedagógica formada por professores com formação acadêmica na área do Ensino Religioso.

Princípios que defendemos:

“Existimos como entidade civil livre, aberta, equitativa e democrática.

Reconhecemos a diversidade e universalidade do fenômeno religioso.

Defendemos que nenhum indivíduo será discriminado, constrangido ou censurado por causa de sua fé, de suas crenças ou práticas religiosas.

Preconizamos o diálogo inter-religioso como meio eficaz de manter o espírito de alteridade e respeito às diferenças.

Objetivamos o cumprimento da Lei N.º 9.475/97 que regulamenta o Ensino Religioso nas escolas do Brasil.

Reconhecemos que os conteúdos do Ensino Religioso devem ser tratados como área de conhecimentos, indispensáveis à formação do ser humano, e presentes nas diferentes tradições culturais religiosas, espirituais e místicas.

Repudiamos qualquer forma de proselitismo no âmbito educacional.

Contribuímos para que o Ensino Religioso seja mais um instrumento na construção da cidadania e de um mundo melhor, inspirando culturas de paz, justiça e solidariedade entre todos os povos”.

Historicamente o Paraná é o Estado pioneiro no processo de escolarização e implantação do Ensino Religioso nas escolas públicas como disciplina integrante da grade curricular.

É oportuno lembrar que a nova redação do Art. 33 da LDBEN/96, conforme Lei N.º 9.475 de 22 de julho de 1997, bem como a defesa da mesma foi incumbência dos parlamentares do Estado do Paraná para que este texto fosse aprovado pelo Congresso Nacional.

Ao longo desta caminhada, produzimos material como: Diretrizes Curriculares, Cadernos Pedagógicos, Material de Apoio aos professores, Formação continuada e produção de livros diversos.

Porém, em alguns momentos a mídia veicula inverdades a cerca do Ensino Religioso, e ignora deliberadamente a trajetória de Estados como o Paraná, desconsiderando o trabalho feito pelo mesmo e tratando o tema de modo equivocado, sendo assim, fica o nosso repúdio à forma como o Ensino Religioso vem sendo discutido pela mídia nacional.

Reafirmamos que no Paraná o Ensino Religioso é uma disciplina normal presente na matriz curricular e tem a mesma consideração dada às demais disciplinas. Ele contempla o conhecimento religioso, com foco no sagrado e pretende contribuir para o reconhecimento e respeito às diferentes expressões religiosas; advindas da elaboração cultural dos povos, bem como possibilitar o acesso às diferentes fontes da cultura sobre o fenômeno religioso.

Tendo em vista que o conhecimento religioso insere-se como patrimônio da humanidade, e em conformidade com a legislação brasileira que trata do assunto, o Ensino Religioso, nesta perspectiva, contribui para superar a desigualdade étnico-religiosa e garante o direito constitucional de liberdade de crença e expressão, conforme Art. 5º, inciso VI, da Constituição Brasileira.

No Paraná, o Ensino Religioso busca propiciar aos educandos a oportunidade de identificação, de entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, pois essa compreensão deve favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa brasileira.


ASSINTEC – Associação Inter-Religiosa de Educação

Rua Máximo João Kopp, 274 – CEP 82.630-000 – Curitiba – PR

F. 0XX 41 3251-6542 - assintecpr@yahoo.com.br - www.assintec.org.br

(A foto registra e celebra o encerramento da AGO com todos/as presentes no dia 29/03/2012)

domingo, 8 de abril de 2012

PÁSCOA: VIDA RE-NOVA-DA

Páscoa na sua essência e em sua comemoração tem aquele místico poder renovador. O que Cristo fez e ainda faz POR NÓS nos coloca sempre sob uma nova vida e visão das coisas. Para nós, família Meurer de Curitiba, em especial, nesta Páscoa de 2012 a re-nova-ção se fez mais presente ainda... Os novos caminhos que estão a nossa frente são prova disso.
- 5 anos depois... uma Páscoa junto da filha...(Desi, seja bem vinda - de volta ao Brasil!!!!)
- A presença de mais alguém no convívio familiar (vá se chegando amigo e genro Lucas!!!!).
- O filho estudante universitário, futuro "fisico-educador" (vai firme "gori!!!)
- A esposa, como sempre, uma professora vocaciona e dedicada...(segue forte "molher"!!!)
- E por fim, a Celebração da Páscoa, ontem, na ACRIDAS (meu novo ninho ministerial...)
TUDO ISTO É PROVA DE QUE A PÁSCOA É VIDA NOVA, RE-NOVA-DA, DADA!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A MÃE DE JESUS: NA BÍBLIA, NO ALCORÃO E NA VIDA

Sob um “céu de brigadeiro” (como se referem os curitibanos quando o céu está completamente azul e sem nuvem) eu, e mais 2999 pessoas (número estimado), passamos o dia 24 de março juntos, às margens do lago da Itaipu (em frente ao vertedouro da hidrelétrica) em Foz do Iguaçu em um, de certa forma inusitado, ENCONTRO INTERNACIONAL CRISTÃO-MUÇULMANO.

ENCONTRO, por que o objetivo era confraternizar, nos conhecermos, nos aproximarmos em prol da paz.

INTERNACIONAL, pois por trás da proposta estava, além da “Pastoral da Criança Internacional”, representantes da “Rede Global de Religiões pela Paz” (GNRC).

CRISTÃO, por que era aberto a todas as igrejas cristãs, contudo foi nitidamente um encontro Católico-Muçulmano. Eu estive presente(talvez o único cristão não-católico) representando o MOVEC-CONIC (Movimento Ecumênico de Curitiba) e a Coordenação do Mutirão Ecumênico-Sulão VII.

MUÇULMANO, pois estávamos na cidade com maior população muçulmana do Brasil e o encontro teve envolvimento da comunidade islâmica local além de autoridades islâmicas internacionais.

O TEMA do evento foi “MARIA, EXEMPLO PARA TODOS NÓS”. A escolha deste tema se deu pela sintonia da presença de MARIA nos dois livros sagrados. Tanto na Bíblia como no Alcorão Maria está presente em relatos e episódios destacados da vida de Cristo. Para os cristãos ela é a mãe do filho de Deus e para os muçulmanos a mãe do profeta Jesus. No Novo Testamento, Maria está presente na anunciação até o relato da ressurreição. No Alcorão ela é citada 34 vezes.

As 7 tendas temáticas foram oportunidade de diálogo e conhecimento mútuo além de reflexão temática sobre “cuidado a gestante”, “amor à criança”, “dedicação à comunidade”, “comunicação” e “paz”. Nesta última tenda “Maria, um exemplo para a construção da paz” estive eu colaborando.

A experiência, além de inusitada e única, foi marcante pelo propósito e ousadia na busca da paz, respeito e tolerância neste mundo pluralista que vivemos. Se quiser ter uma visão mais ampla do evento (e me ver...) link a reportagem http://g1.globo.com/videos/parana/t/todos-os-videos/v/encontro-reune-varias-religioes-em-prol-do-respeito-pelas-crencas/1872879/