terça-feira, 11 de dezembro de 2012

30 anos emperolados em Deus



“O Senhor é meu pastor e nada me faltará”. Como de muitos outros casais, este foi também nosso lema bíblico. Depois de o irmão da Suzi, o Claudio trazer a Suzi até o altar, o meu irmão Heitor pregou, sobre o  Salmo 23 naquele 11 de dezembro de 1982, há precisamente 30 anos. Não era só o suor que corria pelos nossos rostos e corpos naquele sábado de muito calor em Novo Hamburgo. Corria emoção, alegria, sonhos, nervosismo, fé, amor, certezas e sonhos. Nosso “sim” perante Deus foi ouvido por uma “multidão de testemunhas”(só faltou o Seu Oscar, o pai da Suzi, que havia falecido dois anos antes) que enchia a igreja da Ascenção (a mesma onde havíamos recebido o batismo, confirmado nossa fé e por diversas outras vezes ocupado aquele altar em culto ou atividades comunitárias, em especial pela JENHA).
A primeira década foi marcada por estudo, em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, e na Alemanha. Ambas as formaturas e a designação para a primeira Paróquia. Foi na serra gaúcha que nasceu nossa filha Desirée (88) e foi de lá que no dia do seu segundo aniversário descemos para o sepultamento do vô Miro. Despedida e ordenação em Farroupilha foi um marco em nossas vidas e de impulso para a nova década.
Nossa curta passagem por Luzerna deixou marcas: bonitas lembranças e amizades eternas. Uma situação de enfermidade da Dona Ilse, mãe da Suzi, e um chamado para um ministério pastoral específico na área da Educação Cristã nos fizeram re-migrar para o Vale do Sinos. Os 9 anos de São Leopoldo foram cheios de experiências fortes, provações, provocações e novidades, muitas descobertas. Foi nesta segunda década que a Suzi se dedicou a alguns concursos públicos de magistério e eu fiz meu mestrado em Educação Cristã e belas experiências fora do pastorado (Câmara de Vereadores, PROAME, Governo Estadual). Mas a marca maior deste período foi o nascimento de nosso filho Guilherme(94). Comprar e morar em nosso chalé, com vizinhos e vida “normal” fortaleceu muito nosso casamento e vidas. Poder acompanhar a mãe e sogra em seu leito de morte e até sua ultima morada completou mais um ciclo ao ponto de nos permitirmos novas viagens, nova mudança.
Capital do Paraná, a tão falada Curitiba, foi o ninho deste último e terceiro decênio. O pastoral da Educação nas Instituições Martinus foi a ponte. A Suzi firmou pé no funcionalismo público municipal(inclusive se especializando em Educação Inclusiva). Sofremos muito com a doeça e morte do irmão/cunhado Pedro. O pastorado na “Vila Guaíra” foi a nova porta que Deus abriu. Foram 5 anos com a Desi longe da gente, morando na Alemanha e o Guilherme, aquele filho parceiro, junto da gente. Uma nuvem de verdadeiros amig@s foi se formando e ajudando a fortalecer nosso matrimônio e a enfrentar @s inimig@s que em proporção bem menor (mas com poder e força) também acabam se formando ao nosso redor. A represa da Vossoroca em Tijucas do Sul foi nosso refúgio secreto.
O 30º ano tem sido de um lindo oásis em meio a passagem por um deserto: começou com a aprovação do filho na UFPR, a volta da filha para o Brasil(trazendo junto o genro Lucas na mala.. ou foi o contrário...), meu chamado para uma Capelania na ACRIDAS, a venda da nossa casa e compra de um APÊ. E finalmente, hoje a noite a Variante 77, a mesma que nos levou em lua de mel trinta anos a trás, vai poder ficar na garagem, pois nos definimos por comprar um “carrinho” para Suzi. (A noite é uma criança...) Poder receber a sogra da Suzi, a Dona Nelci (minha mãe, hehe) ainda aos 83 para uma visita é uma benção, pra ela e pra nós.
Resumindo, o que nos tem sustentado até aqui foi a poderosa concha divina nos protegendo, emporolados NELE e nos fazendo crescer como pérolas suas (e esperamos) perólas na vida de outr@s.. Pérolas que querem neste dia abrir uma fresta da concha divina e cantar sobre o amor assim como Paulo “poetou” em 1 Co 13: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor na serei...”
1º de setembro o casal 30 cantando no casamento de uma casal de amigos
Obrigado por fazerem parte de nossas vidas e celebrarem conosco, em gratidão e oração, de nossas Bodas de Pérola.

sábado, 8 de dezembro de 2012

OPORTUNIDADES DISFARÇADAS DE OBSTÁCULOS

Parábolas, como narrações figurativas, são o recurso didático-pedagógico talvez mais antigo na história da educação humana. Ao longo dos tempos vêm sendo utilizadas para ilustrar e passar lições de vida. Se eu tivesse anotado todas as parábolas que ouvi nesta atual fase de transição e mudanças, sofrimento e dor pela qual passei(amos), causada pela (injusta) não renovação de meu contrato ministerial, teria(mos) montado um interessante compêndio. Reparto com vocês a primeira recebida, e a última encontrada.

“Deus fecha uma janela, mas abre uma porta”. (Essa foi a que mais ouvi no início do processo.) Toda parábola tem sua “dubialidade”(mistura de “dubiedade” com “dualidade”) e por isso deve ser enunciada e recebida com cuidado e discernimento. “Deus”, como facilmente colocamos, como fatalidade, não é responsável por tudo que acontece em nossas vidas e mundos. Limitações, pecados, maquinações humanas, acabem sendo, não poucas vezes, minimizadas pela famosa e fatalista frase “Foi da vontade de Deus!”. Por isso, uma autoanálise sempre nos ajuda a distinguir se é Deus ou as pessoas mesmas que fecham e abrem portas, para si e para os outros. Mas uma coisa tem ficado evidente: ter, desejar e assumir poder e autoridade sobre outr@s é um belo teste de coerência ética e espiritual. Tenho a convicção de que, quando Deus nos abre algo e nos coloca para dentro de algo não o faz por meio de “janelinhas”. Ele nos faz entrar e sair pelas portas que ele mesmo indica, abre e nos presenteia. Por isso no contraponto desta parábola compus a seguinte: “Se pessoas te fecham janelas, a presença do bondoso Deus, te conduz por novas porteiras. E em Deus há razão de viver."
“As oportunidades podem vir disfarçadas de obstáculos.” O tempo corre... Faz já dois anos que encaixotei meu escritório pastoral. Dois anos de muitos obstáculos superados, saltados, alguns derrubados, machucados... mas vencidos. Já partilhei(amos) numa “sorvetada” meu novo projeto de vida e ministério (ACRIDAS e MUTIRÃO ECUMÊNICO) sendo que só 50% deste se efetivou (no caso a Capelania na ACRIDAS). Já compartilhei(amos) nosso novo endereço residencial (temos que marcar uma visita pra vcs., amig@s, virem conhecer nosso APÊ.). E agora, um novo objetivo dentro de nosso plano de re-ação familiar se alicerça: a aquisição de um veículo. Muita ponderação, muita pesquisa, muita consulta a amig@s, muita oração, muitos cálculos... Até que o “inusitado” acontece... Uma amiga nossa lembra de um cliente dela que está vendendo seu carro. Na verdade, deixando seu carro numa concessionário, na compra de um novo. Nossa amiga intercede por nós e o cara decide vender seu carro direto pra gente... Coisa de Deus mesmo... e veja como ele usa pessoas para realizar suas ações e decisões... Em maio de 2010, comprei em um cesto de ofertas de uma livraria, o livro “Você pode vencer”(Ed. BestSeller). Trata-se de um daqueles best-sellers de auto-ajuda e motivação profissional conhecidos. O qual acabou ficando encaixotado pelas circunstâncias e agora, quando comecei a montar novamente minha sala de trabalho pastoral na ACRIDAS o reencontrei. E lá na página 120 o indiano (radicado nos EUA) Shiv Khera adverte e cita como um dos “20 motivos pelos quais não se alcança a excelência”, nossa tendência a “inércia para reconhecer a oportunidade”.

Ao fundo o Renaut Logan 2011 com entrega a domicílio
Estou(amos) ainda em busca da revel-ação plena destas OPORTUNIDADES que Deus está nos dando de crescer (se está vislumbrando alguma em nossas vidas no fale...). Estou(amos) abertos a provar a teoria e experiência de Shiv Khera de que “quanto maior o obstáculo, melhor é a oportunidade.” Para tanto, o fato de pararmos, para afiar o machado (Eclesiastes 10.10) tem sido muito importante. O encontro diário com Deus, o esporádico, mas regular com amig@s/irm@s, as leituras propositivas, uma roda de cantoria (entre outras coisas) têm renovado o corte a as forças. “Brigadu” por sua participação neste processo que só nós temos(ríamos?) que passar e vencer!