sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Quem deveria comemorar a Reforma?

Estamos atualmente vivendo a semana da reforma protestante. 495 anos, tendo o 31 de outubro de 1517 como marco histórico deste acontecimento. Em 2017 planeja-se comemorar os 500 anos. Minha pergunta, porém tem sido: Quem deveria comemorar a Reforma? Talvez os cristãos católicos por terem se mantido firmes desde então? Talvez os cristãos luteranos, pois afinal eles é que carregam o nome do reformador? Quem sabe os evangélicos como um todo, pois a final foi a partir da reforma que nasceram todas as outras igrejas? Ou então nem se deveria comemorar a reforma, pois ela na verdade denuncia a nossa imperfeição e incapacidade cristã de vivermos unidos sob a única e verdadeira Palavra de Deus. Independente da resposta que mais se adequa a nossa compreensão dos fatos, o mais importante é o resgate da redescoberta do evangelho que aconteceu neste momento da história da igreja cristã: que a salvação é graça de Deus.
Lutero na época era professor de bíblia num convento e no preparo de suas preleções sobre o livro de Romanos descobriu a grande verdade bíblica, reposta para todas suas perguntas angustiantes, de que “Justificados pela fé, temos paz com Deus, por intermédio de Jesus Cristo.” (Rm 5.1) Esta descoberta quebrou correntes e libertou a todos da falsa notícia de que a salvação seria alcançada por obra($) humana($). Esta é a grande benção que temos a comemorar: saber que Deus já realizou a grande obra da salvação através de seu filho Jesus e a nós cabe fortalecer o nosso desejo de louva-lo, amá-lo e servi-lo.
Infelizmente numa (auto)análise concreta e correta percebemos nos nossos dias uma regressão a essa prática como evangélicos. Não poucas vezes nos deparamos, especialmente em alguns cultos televisivos, com propostas de buscar a salvação e a cura através de ações concretas. Precisamos re-anunciar que não é a água buscada em tal lugar, ou um copo sobre a televisão ou qualquer outra atitude nossa que pode nos trazer algum benefício. Mas somente a graça e o amor de Deus. Mas nem por isso podemos nos abster de uma vida ética e ativa na obra do Senhor. Lutero mesmo incentivou e pregou que “Devemos orar como se tudo dependesse de Deus (e assim o é). E agir como se tudo dependesse de nós.” É só este incentivo e compreensão da Palavra que iniciamos uma nova semana de trabalho. E bem sabemos que isso só é possível acontecer e ser vivido por aquelas pessoas que podem dar o mesmo testemunho de fé que Lutero deu conforme preservado nas palavras de um hino de sua autoria:

“Fui prisioneiro de Satã
A noite me envolvia.
A minha vida, triste e vã,
Nas trevas se esvaía.
...
O eterno Deus se apiedou
De mim o infortunado.
De sua graça se lembrou
Voltou-se ao condenado.
O seu paterno coração
Deu, para minha salvação,
O que há de mais precioso.” :

JESUS
MOTIVO DE QUALQUER COMEMORAÇÃO!
ACRIDAS, 29.10.12