quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

APRENDER & ENSINAR


“Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.”

Lucas 11.1

A Educação Contínua andava solta nos pré-tempos do Cristianismo. O Processo de ensino-aprendizagem da fé andava a galope. Com certeza os que procuravam seguir seu(s) Mestre(s) levavam a sério o que haviam herdado da prática dos Antigos... (“tua as inculcarás...”-Dt 6.7); dos Sábios... (“Ensina...”-Pv. 22.6); e agora de João (Batista) e de Jesus (Lc 11.1). Fica evidente que o Evangelista Lucas foi o que melhor reconheceu em Jesus o Ministério do Ensino (ao lado do Ministério da “ação”... do “fazer”... (At. 1.1.). E dentre as tantas coisas a desejar ensinar/aprender, um discípulo anônimo logo se interessou por aprender mais a respeito de um tema antigo e certamente conhecido: a ORAÇÃO. Ele observou que tanto o “mestre João” quanto o “mestre Jesus” oravam e pediu para “aprender a orar”. O discipulado era prática comum (até o Fariseus tinham os seus...) e implicava em ouvir e viver o que o mestre falava e praticava (Lc 3.3;7.22). E isso incluía batismo (Lc 3.7), ações concretas (Lc 3.10-11) além de orações e jejuns (Lc 5.33, 7.33).

A fidelidade dos discípulos de João Batista ao seu mestre iniciou no rio Jordão (Lc 3.3a) e se estendeu até Éfeso (At 19.1-7). Mas quanto à forma como João ensinou seus discípulos a orar não há registros nas Escrituras Bíblicas. Mas como Jesus Ensinou - em palavras e na prática - há diversos exemplos. E diante desta reflexão bíblica de Lucas 11.1 fiquei me perguntando: “- O que me foi ensinado e o que tenho aprendido sobre ORAÇÃO? O que estou ensinando e estão aprendendo de mim sobre o “ORA et LABORA”? E mais, o que tenho eu a aprender ainda mais sobre ORAR?

Num destes raros finais de tarde curitibanos com “Céu de brigadeiro” (como aprendi a chamar aqui em Curitiba quando o céu está azul e sem nuvens) recebemos a visita de nossa vizinha e sua filha. Estávamos tomando aquele tradicional chimarrão com pipoca. “- Eu não tenho o hábito de tomar chimarrão, mas a filha está aprendendo a tomar chimarrão com a vó!” desculpou-se nossa vizinha ao eu querer “ensaiar” de lhe encher uma cuia. E diante da frase da mãe, não hesitei na exclamação: “- Então espera aí que eu vou buscar uma coisa!” Voltei trazendo meu mini-conjunto de chaleira, cuia e bomba que guardo de lembrança de minha infância. “- Nesta cuia o tio já bebeu e a nossa filha e o nosso filho também, quando nós éramos pequenos como você!” disse de peito estufado e, como é do meu perfil, emocionado.

Esta vivência me fez refletir e avaliar meus processos de ensino-aprendizado – discipulado que exerço em casa, na vizinhança, no ministério pastoral. Será que consegui/estou conseguindo também ensinar a ORAR? Ao rever a foto observei a térmica de água quente com o símbolo do Grêmio estampado. Lembrei que neste sentido, ao entrar no quarto de meu filho, ao ver coberta quase toda uma das paredes com uma enorme bandeira do “tricolor dos pampas”, constato que o ensinei e passei algo, que apaixonadamente herdei de meu pai e segui.

Queira Deus que da mesma forma eu tenha, mesmo que limitadamente, lhe passado um pouco sobre ORAÇÃO e AÇÃO como parte da vida. E assim estejamos nós acrescentando algo na vida de nossos vizinhos/as, amigos/as, (e inimigos/as) e no meu caso também “ovelhas” e porque não, sob um certo olhar, “discípulos”, sobre “como orar” e tantos outros temas importantes do processo contínuo de educação cristã que Deus realiza em cada um.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Suíça aqui em casa

Como é diferente quando estudamos algo e quando vivenciamos algo. Quando a gente ouve falar de alguma coisa, eu, pelo menos, guardo e entendo um tanto das informações, mas quando a gente vive algum momento ele é muito mais marcante. Quando a gente sobre algum país a gente até aprende como as pessoas vivem, mas quando a gente convive com alguém deste país, mesmo que por algumas horas somente, a gente aprende muito, muito, muito mais.



Tivemos uma grata surpresa neste último final de semana. A Suíça literalmente entrou na nossa casa. Em julho de 2010, numa visita a uma comunidade da IECLB, havia conhecido uma estudante de teologia, suíça, intercambista na EST (Escola Superior de Teologia) de São Leopoldo, colega de um futuro colega... (deu pra entender né?!). Naquela vez quando nos despedimos ofereci nossa casa e a hospitalidade e amizade de nossa família se ela quisesse conhecer Curitiba. A “grata surpresa” aconteceu quando a Gabi escreveu na semana passada um rápido email se re-apresentando, lembrando de quando nos conhecemos. “-Aquela pra quem você emprestou um Dramim”, explicou ela (foi para ajudar na viagem de volta dela de ônibus de Santa Rosa para São Leopoldo, na expectativa de que não se repetisse os enjôos da ida). Gabi pergunta se era eu mesmo e informa que estava na Ilha do Mel (litoral paranaense) e que chegava 6ª feira em Curitiba para no sábado voar de volta para Porto Alegre. “-É eu mesmo.!” respondi. Passei nossos telefones e sugeri que ela se anunciasse quando estivesse chegando na capital do Paraná para a pegarmos. O “albergue” (quarto de nossa filha) e o “taxi” (nossa Variante 77) estaria à disposição.
Como chovia e a Gabi já tinha feito a viagem com a Jardineira (ônibus de turismo) quando desembarcou em Curitiba, com toda a paciência do mundo, entre uma cuia de chimarrão e outra xícara de café ela nos contava – em um bom português – sobre o seu país. E juntos fazíamos algumas comparações com os "brasils" que ela mesma já havia descoberto... distâncias, geografia, pessoas, igreja, estudos de teologia...
A Suíça, uma Confederação de 26 Cantões (relativo a Estados no BR) é um país que tem quatro línguas oficias. Ou seja, em 41 mil Km2 de área (menos que Rio Grande do Norte) quase 8 milhões de habitantes (RS tem mais de 10 milhões) se entendem falando alemão-suiço, francês, italiano e o romanche. A Gabi nos contou que voltará para a Suíça no final de janeiro para terminar seus estudos de teologia na Universidade de Berna, mas vai morar com a família em Crémines (Cantão de Berna). Num país historicamente equilibrado entre católicos e protestantes, Gabi integra a Igreja Reformada da Suíça e pretende ser pastora após a conclusão dos estudos. Mas para isso terá que ainda fazer Mestrado após a Graduação. Quando lhe perguntei sobre o que mais lhe chamou atenção entre o estudo de teologia de São Leopoldo e de Berna ela disse: “-Aqui é mais prático, lá é mais científico. Se bem que os intercambistas estrangeiros que vão pra lá, se vêem mal com as aulas de homilética (culto e pregação) que são dadas em alemão-suiço.” (pra ter uma idéia nem os alemães entendem bem o dialeto suíço se falado naturalmente). A Gabi até tentou nos falar uma frase na sua língua materna, mas preferimos aproveitar aquelas poucas horas falando português...
Na despedida demos à Gabi um pacote de Erva Mate de presente. Ela gostou de mais do chimarrão e disse que, a exemplo de algumas colegas, se tornou seu companheiro de escrivaninha nas horas de estudo. Ela diz que vai levar quatro conjuntos de bomba e cuia para deixar em quatro locais diferentes na Suíça. Em nosso livro de visitas ela escreveu: “Muito obrigada por tudo, e, se vocês estão um dia na Suíça, ligue!”
Obrigado a você Gabi, por nos ter trazido a Suiça aqui em casa.

sábado, 14 de janeiro de 2012

BENÇÃO

BENÇÃO
(Prédica que proferi em 1º/01/12-na Martin Luther- e vou proferir amanhã-na Cruz-Hauer - Seguindo meu ABC-homilético)


(Atualmente)
O tema da “Benção” é muito sugestivo e especial para estes primeiros domingos do Ano Novo. Um tema de certa forma “controverso” pela forma com que atualmente se vê em várias igrejas oferecendo uma “benção especial”(para cada dia), muitas vezes em troca de “donativos”(ofertas) – as vezes numericamente escalonadas – para a “missão” da igreja... a benção como um verdadeiro “negócio” com Deus.

(Biblicamente)
O texto bíblico que proponho para meditação e inspiração para estudo do tema é por de mais conhecido. Trata-se da “benção (a)arônica” pronunciada geralmente no final de cada culto ou celebração evangélica-luterana. (dias atrás ouvi o compartilhar de uma amiga/irmã que por anos orava toda noite esta benção no leito de morte da mãe...).
Proponho ler o texto em três vozes/tempos:
Números 6.22-23(vc) + vv.24-26(comunidade) + v.27(vc)
Lutero, desde os tempos da Reforma, indicou este texto (ao lado do Salmo 67.7ss – HPD 376) como texto de benção final do culto. Nestes escritos de 1523/6 Lutero explica e interpreta esta “BENÇÃO” de forma Trinitária:
v.24 = Ele vê destacada a ação CRIADORA do Pai
v.25 = Ele vê expressa a ação REDENTORA (a obra de Cristo)
v.26 = Ele vê apontada a ação do ESPÍRITO SANTO (concedendo PAZ eterna)
Esta é uma interpretação cristã muito bonita e legítima de Lutero. Que nos ajuda a entender, dar e receber esta “benção” melhor. Porém o texto em sua base hebraica original (monoteísta) tem muito mais a nos ensinar:
Após a saída ou libertação do Egito o povo inicia sua primeira peregrinação pelo deserto chegando ao MONTE SINAI. Neste lugar e nesta primeira parada, Deus realiza a dádiva da “TORÁ”: todas as leis fundamentais do povo de Israel. E um dos blocos de “acontecimento do Sinai” (que vai de Ex. 19 até Nn 10.11) é o conjunto de normas relativas à tenda, ao templo, ao culto bem como aos Sacerdotes.
Arão fora escolhido par oficiar na Tenda, os Cultos. Neste conjunto de Normas e regras práticas sobre procedimentos do Sacerdote (pastor!?) está a INVOCAÇÃO DA BENÇÃO como ato litúrgico importante na vida e fé do povo.

(Concretamente)
Mas afinal o que é a Benção? O que ela significa para nós hoje? E qual a forma correta de entende-la, dá-la, recebê-la?
Um colega destacou (no PL 36) a seguinte definição que ele rebuscou em um dicionário bíblico alemão:
“BENÇÃO É A AFIRMAÇÃO DA PLENITUDE DAS FORÇAS DIVINAS POR MEIO DE PALAVRAS (E GESTOS, acrescentaria eu) ABARCANDO UM EMPODERAMENTO ABRANGENTE RUMO À PLENITUDE DE VIDA.”
Na semana em que preparava este texto conversava com minha esposa sobre “BENÇÃO” e ela se lembrou de como a mãe dela ao se despedir dela, quando saia de casa por qualquer motivo que fosse, sempre dizia: “- VAI COM DEUS, MINHA FILHA!”. Minha esposa me testemunhou que aquilo soava, e ela assim o recebia, como uma ORAÇÃO DE BENÇÃO e que Deus ia mesmo com ela, protegida para as lidas da vida naquele dia.
Quando Lutero comentou este texto de Números 6 ele disse que:
“A FORÇA VIVIFICADORA DA BENÇÃO REFAZ AS ENERGIAS E CAPACITA AS PESSOAS PARA A RESISTÊNCIA, TENDO A PAZ DEFINITIVA COMO ELEMENTO LINEAR E SIGNIFICADOR DA CAMINHADA.”
Há um erro em só relacionar BENÇÃO com o ganho de bens materiais, boas notícias, bons “vencimentos” no final do mês. A benção que invoca a PAZ também acontece quando ela se dirige para dentro de situações no mundo, no dia a dia, em que as pessoas efetivamente NÃO vivem em PAZ, mas são atribuladas por guerras, conflitos e tensões de todo tipo.
Conheço uma pessoa “evangélica” que quando nos encontramos ela sempre, diante de alguma novidade boa, material ou não, ela exclama “Ôh glória!”, “Que benção!” O marido dela é falecido. Sofreu por dois “longos” anos com um câncer de pele que ao final espalhou metástases pelo pulmão. A esposa, ainda no leito de morte do marido, orava pela “benção da cura”. Minha esposa e eu agradecíamos pela “Benção da vida” e orávamos pela “benção da Paz” e da força para que se renovasse sempre nele assim como estava com ele até ali.
Nesta interpretação de Lutero, a BENÇÃO somente pode ser recebida como elemento de graça e dom; ninguém pode construir por si só as bases da benção. Contudo, a recepção graciosa da benção não isenta-nos da responsabilidade por sua manutenção e por sua ação.
A BENÇÃO é uma fala, uma alocução, mas em geral está conectada e acompanhada de um gesto: - imposição de mão; - levantar os braços; - um abraço; - um beijo. Ou seja, a benção tem um poder e uma função relacional, de troca de reciprocidade, de circularidade. Ou seja, a BENÇÃO não é uma ação unilateral. Talvez o melhor exemplo disso seja Abraão: ELE É ABENÇOADO POR DEUS E RECEBE UMA INCUMBÊNCIA: “SÊ TU UMA BENÇÃO” (Gn 12.2s + Gl 3.8s).
Ou seja, a BENÇÃO que recebemos deve ser passada a diante na forma com que vivemos com nossos semelhantes.
Um último aspecto que ainda gostaria de repartir com vocês sobre o tema da BENÇÃO é que, conforme o Antigo Testamento:
O DAR E RECEBER A BENÇÃO INCONDICIONAL DE DEUS DEPENDE UNICAMENTE DO AGIR SOBERANO DE DEUS. AGORA O MANTER ESTA BENÇÃO ESTÁ CONDICIONADA TAMBÉM PELO NOSSO AGIR COERENTE E CONDIZENTE COM ESTA BENÇÃO.
Quando minha esposa lembrou-se do que a mãe dela sempre dizia - “Vai com Deus” eu disse: “Que benção divina bonita, transmitida por Deus pela fala da mãe!” Mas daí eu disse, de nada adianta se a gente recebesse essa BENÇÃO dela antes de viajar, por exemplo, e a gente seguisse em viagem a 140 km por hora numa estrada onde o limite era 80 ou 100! Vocês me entendem?
Quero rogar sobre todos vocês a benção incondicional de Deus neste dia para que nosso viver neste novo ano seja condicionado por um agir cristão afinado com esta benção, este Deus. Amém!
(A imagem é um saleiro. Quando você serve o sal já "abençoa" o alimento)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

REI, SACERDOTE E PROFETA


Poder, Fé e Saúde!
Mente, Espírito e Corpo!
Rei, Sacerdote e Profeta!
Realeza, Divindade e Humanidade!
Respondendo a dúvidas que pairou sobre nossa conversa à mesa junto de algumas amigas no 1º dia do ano, trago este resumo sobre os Três Reis Magos que, na tradição cristã, são personagens que visitaram Jesus logo após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. Foram mencionados apenas no Evangelho de Mateus, onde se afirma que teriam vindo "do leste" para adorar o Cristo, "nascido Rei dos Judeus". Como três presentes foram registrados, diz-se tradicionalmente que tenham sido três, embora Mateus não tenha especificado seu número. Assim, até hoje, se fazem presente nas representações natalinas.
Melquior, Baltasar e Gaspar, assim denominados pela igreja cristã da Idade Média, não seriam reis, mas sim, talvez, sacerdotes da religião zoroástica da Pérsia ou conselheiros. Talvez fossem astrólogos ou astrônomos, pois, segundo consta, viram uma estrela e foram, por isso, até a região onde nascera Jesus, dito o Cristo. Assim os magos sabendo que se tratava do nascimento de um rei, foram ao palácio do cruel rei Herodes em Jerusalém na Judéia. Perguntaram eles ao rei sobre a criança. Este disse nada saber. Herodes alarmou-se e sentiu-se ameaçado, e pediu aos magos que, se o encontrassem, falassem a ele, pois iria adorá-lo também, embora suas intenções fossem a de matá-lo. Até que os magos chegassem ao local onde estava o menino, já havia se passado algum tempo, por causa da distância percorrida, assim a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6 de janeiro.
A estrela, conta o evangelho, os precedia e parou por sobre onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mt 2, 10). Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: ouro, incenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente como a própria visitação dos magos, ser um resumo do evangelho e da fé cristã. O ouro pode representa a realeza (além providência divina para sua futura fuga ao Egito, quando Herodes mandaria matar todos os meninos até dois anos de idade de Belém). O incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Salmos 141:2). A mirra, resina antiséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19: 39 e 40). "Entrando na casa, viram o menino (Jesus), com Maria sua mãe. Prostando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra." (Mt 2, 11). "Sendo por divina advertência prevenidos em sonho a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra"(Mt 2, 12). Nada mais a Escritura diz sobre essa história cheia de poesia, não havendo também quaisquer outros documentos históricos sobre eles.
Devemos aos Magos a tradição de trocar presentes no Natal. Dos seus presentes surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países, como por exemplo os de língua espanhola, a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de janeiro, e os pais muitas vezes se fantasiam de reis magos.
A melhor descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735), que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata: “Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”. Quanto a seus nomes, Gaspar significa “Aquele que vai inspecionar”, Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltasar se traduz por “Deus manifesta o Rei”. Como se pretendia dizer que representavam os reis de todo o mundo, representando as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Assim, Melquior entregou-Lhe ouro em reconhecimento da realeza; Gaspar, incenso em reconhecimento da divindade; e Baltasar, mirra em reconhecimento da humanidade.
Estudiosos da Bíblia vêem na chegada dos reis magos o cumprimento a profecia contida no livro dos Salmos (Sl. 71, 11): “Os reis de toda a terra hão de adorá-Lo”. Na antigüidade, o ouro era um presente para um rei, o olíbano (incenso) para um sacerdote, representando a espiritualidade e a mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade). Durante a Idade Média começa a devoção dos Reis Magos tendo as suas relíquias sido transladadas no séc. VI desde Constantinopla (Istambul) até Milão. Em 1164, com os três já a serem venerados como santos, estas foram colocadas na catedral de Colônia, (Alemanha), onde ainda se encontram.
Em várias partes do mundo, há festas e celebrações em honra aos Magos. Com o nome de Festa dos Santos Reis há importantes manifestações culturais e folclóricas no Brasil. Para mim, chamou atenção o fato de os três elementos presenteados poderem representar também as três áreas da nossa vida que devem estar totalmente consagradas e a disposição para a vida e serviço cristão: mente, espírito e corpo. Assim estaremos verdadeira e integralmente presenteando-nos e adorando a Deus em Cristo. (Foto: Pórtico na entrada de Natal, Rio Grande do Norte)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

BENÇÃO PARA O NOVO ANO

Que o caminho seja brando a teus pés.
Que o vento sopre leve em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre o teu rosto.
Que as chuvas caiam serenas em teus campos.
Que Deus te guarde na palma de suas mãos.
Que nossas vozes proclamem a fé no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.