“Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.”
Lucas 11.1
A Educação Contínua andava solta nos pré-tempos do Cristianismo. O Processo de ensino-aprendizagem da fé andava a galope. Com certeza os que procuravam seguir seu(s) Mestre(s) levavam a sério o que haviam herdado da prática dos Antigos... (“tua as inculcarás...”-Dt 6.7); dos Sábios... (“Ensina...”-Pv. 22.6); e agora de João (Batista) e de Jesus (Lc 11.1). Fica evidente que o Evangelista Lucas foi o que melhor reconheceu em Jesus o Ministério do Ensino (ao lado do Ministério da “ação”... do “fazer”... (At. 1.1.). E dentre as tantas coisas a desejar ensinar/aprender, um discípulo anônimo logo se interessou por aprender mais a respeito de um tema antigo e certamente conhecido: a ORAÇÃO. Ele observou que tanto o “mestre João” quanto o “mestre Jesus” oravam e pediu para “aprender a orar”. O discipulado era prática comum (até o Fariseus tinham os seus...) e implicava em ouvir e viver o que o mestre falava e praticava (Lc 3.3;7.22). E isso incluía batismo (Lc 3.7), ações concretas (Lc 3.10-11) além de orações e jejuns (Lc 5.33, 7.33).
A fidelidade dos discípulos de João Batista ao seu mestre iniciou no rio Jordão (Lc 3.3a) e se estendeu até Éfeso (At 19.1-7). Mas quanto à forma como João ensinou seus discípulos a orar não há registros nas Escrituras Bíblicas. Mas como Jesus Ensinou - em palavras e na prática - há diversos exemplos. E diante desta reflexão bíblica de Lucas 11.1 fiquei me perguntando: “- O que me foi ensinado e o que tenho aprendido sobre ORAÇÃO? O que estou ensinando e estão aprendendo de mim sobre o “ORA et LABORA”? E mais, o que tenho eu a aprender ainda mais sobre ORAR?
Num destes raros finais de tarde curitibanos com “Céu de brigadeiro” (como aprendi a chamar aqui em Curitiba quando o céu está azul e sem nuvens) recebemos a visita de nossa vizinha e sua filha. Estávamos tomando aquele tradicional chimarrão com pipoca. “- Eu não tenho o hábito de tomar chimarrão, mas a filha está aprendendo a tomar chimarrão com a vó!” desculpou-se nossa vizinha ao eu querer “ensaiar” de lhe encher uma cuia. E diante da frase da mãe, não hesitei na exclamação: “- Então espera aí que eu vou buscar uma coisa!” Voltei trazendo meu mini-conjunto de chaleira, cuia e bomba que guardo de lembrança de minha infância. “- Nesta cuia o tio já bebeu e a nossa filha e o nosso filho também, quando nós éramos pequenos como você!” disse de peito estufado e, como é do meu perfil, emocionado.
Esta vivência me fez refletir e avaliar meus processos de ensino-aprendizado – discipulado que exerço em casa, na vizinhança, no ministério pastoral. Será que consegui/estou conseguindo também ensinar a ORAR? Ao rever a foto observei a térmica de água quente com o símbolo do Grêmio estampado. Lembrei que neste sentido, ao entrar no quarto de meu filho, ao ver coberta quase toda uma das paredes com uma enorme bandeira do “tricolor dos pampas”, constato que o ensinei e passei algo, que apaixonadamente herdei de meu pai e segui.
Queira Deus que da mesma forma eu tenha, mesmo que limitadamente, lhe passado um pouco sobre ORAÇÃO e AÇÃO como parte da vida. E assim estejamos nós acrescentando algo na vida de nossos vizinhos/as, amigos/as, (e inimigos/as) e no meu caso também “ovelhas” e porque não, sob um certo olhar, “discípulos”, sobre “como orar” e tantos outros temas importantes do processo contínuo de educação cristã que Deus realiza em cada um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário