segunda-feira, 30 de maio de 2016

EU SOU HOMEM E PRATICO ESTUPRO COLETIVO


Eu admito! Sou um réu confesso! Sou homem e eu pratico ESTUPRO COLETIVO. E você homem, está disposto a reconhecer comigo? Vamos lá!
Você lembra aquela piada contata na rodinha de criança, só meninos é lógico, aquelas do Pedrinho e as calcinhas da professora. E a gente ria... ou se achava o tal contando e repetindo em outra rodinha de meninos, “escondidos” em algum lugar do pátio da escola, da praça do bairro, em cima da árvore  ou  no pátio da casa de seu “coleguinha”! ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra quando na adolescência um do grupo conseguia uma revista pornográfica (ou só uma página rasgada)  e a turma se juntava para, como abelhas no doce, ou melhor moscas na merda fresquinha, ficar de olho (pau duro) e fazendo comentários....? ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra como na juventude a gente se achava o tal, quando em grupo (ou quem sabe melhor bando) de “amigos”, e combinava se reunir em uma calçada ou outro local público, onde circulassem meninas e a gente, todo cheio, sem aquela timidez típica de quando tinha vontade de se aproximar de uma menina que você realmente estava gostando,  se enchia de sem-vergonhice e dizia (entre assobios), junto com os demais, quase disputando quem proferisse as palavras mais atrevidas.... ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra quando homem adulto, inclusive casado, numa roda de cerveja no bar, TV ligada e, ao sinal de um dos “machos” da roda, todos eram chamados a, parar o que vinham fazendo, e observar um comercial com uma cena ou imagem de mulher “interessante” e todos rasgavam seu “melhor” comentário para arrancar gargalhadas ou fazer todos simularem gemidos... ESTUPRO COLETIVO!

Você lembra quando, de terno e gravata, como um bom profissional, homem bem colocado no mercado de negócios, entrava numa borracharia e fazia seus comentários sobre os cartazes e calendários de “mulher pelada” na parede e largava suas gargalhadas das letras das músicas que tocavam no rádio, ridicularizando a mulher, tudo pra puxar assunto com o borracheiro ou com os demais homens que estavam em roda, esperando o conserto do seu pneu? ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra quando já idoso, devagar quase parando, com tudo em baixo, você era o primeiro a sugerir de parar o jogo de mesa na praça (dama ou dominó), e fazer aquela observação a respeito daquela loira ou morena que, a caminho do trabalho, atravessava a rua, e você, cheio de “experiência”, fazia aquele comentário aos seus “velhos amigos velhos”... e só quando ela sumia ao dobrar a esquina ou quando a vista não ajudava mais a vê-la lá longe a gente voltava os olhos para o tabuleiro? ESTUPRO COLETIVO!
Eu também sou homem! Eu também sou igreja! Eu também sou um ESTUPRADOR e acredito ainda em mudanças no mundo e nas sociedades de amigos de poetas mortos e, bem por isso, desejo ajudar a ENSINAR HOMENS A NÃO ESTUPRAR!

Curitiba, 30 de maio de 2016 (há 10 dias da denúncia do ESTUPRO COLETIVO no Piauí e a 4 dias da denúncia de ESTUPRO COLETIVO no Rio de Janeiro)