Eu admito! Sou um réu confesso! Sou homem e eu pratico ESTUPRO
COLETIVO. E você homem, está disposto a reconhecer comigo? Vamos lá!
Você lembra aquela piada contata na rodinha de criança, só
meninos é lógico, aquelas do Pedrinho e as calcinhas da professora. E a gente
ria... ou se achava o tal contando e repetindo em outra rodinha de meninos, “escondidos”
em algum lugar do pátio da escola, da praça do bairro, em cima da árvore ou no
pátio da casa de seu “coleguinha”! ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra quando na adolescência um do grupo conseguia uma
revista pornográfica (ou só uma página rasgada) e a turma se juntava para, como abelhas no
doce, ou melhor moscas na merda fresquinha, ficar de olho (pau duro) e fazendo
comentários....? ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra como na juventude a gente se achava o tal, quando
em grupo (ou quem sabe melhor bando) de “amigos”, e combinava se reunir em uma
calçada ou outro local público, onde circulassem meninas e a gente, todo cheio,
sem aquela timidez típica de quando tinha vontade de se aproximar de uma menina
que você realmente estava gostando, se
enchia de sem-vergonhice e dizia (entre assobios), junto com os demais, quase
disputando quem proferisse as palavras mais atrevidas.... ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra quando homem adulto, inclusive casado, numa roda
de cerveja no bar, TV ligada e, ao sinal de um dos “machos” da roda, todos eram
chamados a, parar o que vinham fazendo, e observar um comercial com uma cena ou
imagem de mulher “interessante” e todos rasgavam seu “melhor” comentário para
arrancar gargalhadas ou fazer todos simularem gemidos... ESTUPRO COLETIVO!
Você lembra quando, de terno e gravata, como um bom profissional,
homem bem colocado no mercado de negócios, entrava numa borracharia e fazia
seus comentários sobre os cartazes e calendários de “mulher pelada” na parede e
largava suas gargalhadas das letras das músicas que tocavam no rádio,
ridicularizando a mulher, tudo pra puxar assunto com o borracheiro ou com os
demais homens que estavam em roda, esperando o conserto do seu pneu? ESTUPRO
COLETIVO!
Você lembra quando já idoso, devagar quase parando, com tudo
em baixo, você era o primeiro a sugerir de parar o jogo de mesa na praça (dama
ou dominó), e fazer aquela observação a respeito daquela loira ou morena que, a
caminho do trabalho, atravessava a rua, e você, cheio de “experiência”, fazia
aquele comentário aos seus “velhos amigos velhos”... e só quando ela sumia ao
dobrar a esquina ou quando a vista não ajudava mais a vê-la lá longe a gente
voltava os olhos para o tabuleiro? ESTUPRO COLETIVO!
Eu também sou homem! Eu também sou igreja! Eu também sou um
ESTUPRADOR e acredito ainda em mudanças no mundo e nas sociedades de amigos de
poetas mortos e, bem por isso, desejo ajudar a ENSINAR HOMENS A NÃO ESTUPRAR!
Curitiba, 30 de maio de 2016 (há 10 dias da denúncia do ESTUPRO COLETIVO no Piauí e a 4 dias da denúncia de ESTUPRO COLETIVO no Rio de Janeiro)