Quando da onda de protestos
de rua no mês de junho p.p. pelas diferentes cidades (especialmente capitais)
do Brasil eu estava por uns dias cuidando da minha mãe na casa dela no RS. Escutando
o noticiário local (de Porto Alegre) ouvi uma frase que me chamou atenção. Logo
após as notícias de nova concentração de manifestante do centro da Capital
gaúcha às 17h daquele dia a repórter que informara a previsão do tempo,
destacando a possibilidade de chuvas para aquele horário, preveniu os
manifestas da seguinte forma: “... Então atenção PROTESTANTES, levem seu guarda
chuva ou capa.”
Ao ouvir a palavra
“PROTESTANTES” naquele contexto minha mente viajou: seria este o verdadeiro
nome para aqueles e aquelas que estavam às ruas manifestando seus pensamentos,
ideias e contrariedades as diversas situações conjunturais, sociais, políticas
e de direito cidadão? Mas este não seria um “título” exclusivo nosso, dos
luteranos, com o qual nos identificam e ainda nos identificamos: CRISTÃOS
PROTESTANTES? E continuei me questionando: Mas afinal, quantos luteranos
(protestantes, membros da IECLB) – jovens ou não - estão lá entre estes
milhares de manifestantes, assumindo esta postura de PROTESTO. E eu? Porque não
estou lá, protestando também, como bom e convicto PROTESTANTE que sou?
Dois meses depois fazendo desta
modesta análise, constato que ainda não temos respostas a muitas perguntas
referente a eventuais origens e intenções que estavam/ão por trás destes
PROTESTOS e (novos) PROTESTESTANTES. Será motivação cidadã? Será impulso
cristão? Será intencionalidade política com vistas às eleições de 2014? Ou será
uma nova moda que anda pegando por aí: Ser Protestante. Ou quem sabe seja tudo
isso (e mais um pouco...). Se não, juntemos as coisas! Pense comigo:
- ninguém conseguiu me convencer
do contrário, de que por trás destas manifestações estão jovens cristãos
conscientes e ativos nas comunidades e movimentos sociais de base que motivados
pela REJU, pelas Conferências da Juventude e pelas Pré-Jornadas preparatórias
para a Jornada Mundial da Juventude estavam/ão reconstruindo a consciência
cidadã e cristã de transformação social, de olhar para os pobres, de denúncia
de injustiças e pecado social;
- ninguém conseguiu me provar
o contrário, de que por trás destes protestos estava/ão jovens articuladores e
militantes políticos partidários, já de olho no ano eleitoral, preparando o
terreno para as disputas eleitorais de 2014, jogando pedra no telhado dos que
hoje estão no poder. Queria poder guardar algumas imagens de lideranças destes
movimentos de rua “de hoje” entrevistados pela mídia nacional e retomar estes
nomes e imagens quando da publicação dos candidatos e candidatas nas próximas
eleições no Brasil;
- ninguém conseguiu me argumentar
diferente, de que por trás destes protestos estava/ão muitos jovens baderneiros
ligados ao tráfico de drogas tão fortemente inibido nos últimos tempos pelas
polícias e governos, seja por intenção de mudança na realidade brasileira ou
simplesmente para “limpar” nossas
capitais/sedes da Copa do Mundo de Futebol em preparo para 2014;
- ninguém conseguiu me tirar
a fé e a esperança (talvez a utópica?),f de que por trás destes jovens estavam/ão
muita vontade sincera de se esforçar para ver e fazer um mundo melhor, um pais
mais igualitário e justo, instâncias e pessoas públicas justas, paz presente e
corrupção ausente em nosso querido Brasil;
Na verdade tudo leva a um
sentimento e impressão de que ‘SER PROTESTANTE’ parece ter virado moda!
A recente passagem do Papa
da Igreja Católica pelo Brasil deixou falas explicitas em seus discursos
incentivando a presença dos jovens nas ruas protestando...
A recente chamada para uma
CONSULTA NACIONAL ÀS IGREJAS com o subtítulo “Evangélicos, democracia,
participação” deixa provas explicitas de que esses PROTESTANTES brasileiros de
junho de 2013 re-mexeram com uma prática saudável abandonada por uns criticada
por outros: a participação e o envolvimento de cada cidadão e principalmente de
cada cristão nos rumos e decisões do país.
Mais que um modismo
momentâneo! Uma missão eterna! Nem que para isso seja necessário ser ou voltar
a ser, na essência da palavra, UM/A PROTESTANTE !!!!!!
Ótimo texto, excelente raciocínio.
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